Artigos
Como estragar as festas de final de ano de alguém
Nelson Fukuyama*
“Nossa organização preza por seu maior patrimônio: os nossos colaboradores” é o que costumam dizer muitas organizaçoes nas suas redes sociais e para o seu público. Eu, pelo menos, sempre entendi que quando se diz isso se quer dar a entender que deve existir RESPEITO, em tudo, em todos os momentos, aos seus colaboradores.
E, como Respeito, eu penso que deveria incluir o ato de demitir pessoas. Na minha época, deveria haver cuidado na forma de demitir. Não demitir por telegrama ou por telefone, e por email, como é mais comum atualmente. Nunca demitir alguém às vésperas de final de semana ou de um período de festas, já que isso poderia afetar famílias do envolvido.
Infelizmente, no entanto, parece que esse tal Respeito não existe (mais) na prática de muitas , especialmente quando se trata de demitir pessoas. Talvez seja coisa de “modernidade” nas novas cabeças de administradores em geral.
Você que acompanha a mídia deve ter lido notícias de várias instituições, especialmente de startups, que estão demitindo seus Colaboradores, por conta de adaptação ao momento. E nesta última semana esteve em alguma mídia a notícia de que uma instituição de ensino acabara demitir um grupo de professores.
Fico imaginando como deve ficar a cabeça dos envolvidos nessas demissões ao receber esse “presente” de final de ano, período de festas, período de confraternização das empresas e famílias.
Fico imaginando, primeiro, qual a reação dos colegas desses demitidos que permanecem na empresa, quando ouvem os dirigentes dizerem nos seus discursos de final de ano sobre o respeito, reconhecimento e consideração aos seus colaboradores.
E fico imaginando, também, como deve ficar a cabeça dos demitidos e seus familiares para aproveitar os momentos de festas de final de ano…
Talvez seja o caso de se repensar. Creio sim que em muitos casos uma demissão possa ser necessária e merecida, mas, tem que ser às vésperas de um final de semana ou de um período de festas?
“Quem já passou por isso, sabe muito bem como é...” diz a minha esposa…
*Nelson Fukuyama, consultor, administrador, aposentado, escritor, colunista, empreendedor