Voluntariado não deve ser feito de qualquer jeito

Nelson Fukuyama e Véra Fukuyama*

Desde que me envolvo com o mundo do voluntariado, e isso já faz um bom tempo, noto que as pessoas que decidem se envolver com alguma atividade na área, qualquer seja, não chegam a se doar totalmente, como deveriam, e assim, o fazem de uma maneira “meia-boca”, infelizmente.

Posso lembrar de certa vez em que comentava com alguém a notada falta de vontade, falta de dedicação, falta de envolvimento, pude ouvir dessa pessoa: “ah! Mas, é preciso compreender que o que ela faz é de forma voluntária.., a gente tem que agradecer a disposição dela em vir até aqui”. Em outro caso, ao “chamar a atenção” de um “colaborador”, “voluntário”, ouvi “que foi? Você quer mandar aqui?…Casos assim, acontecem muitas vezes, pelo que percebo, em todo ambiente.

Erro também de quem convoca voluntários.

Sim, alguém convoca pessoas para ajudarem, e acontece que nem sempre as pessoas que aceitam a convocação são as mais indicadas para os trabalhos. Não que lhes falte a boa vontade não, mas, infelizmente, nem sempre essas pessoas estão preparadas para ajudar naquilo que é preciso.

E, ao usar a palavra “convocação”, recordo que nas associações japonesas das quais participei, sempre ouvia que ao ser convocada para determinada festividade, por exemplo, as pessoas daquela comunidade não deveria ser “convidadas”, e assim “virem se sobrassem um tempinho, se não encontrassem outra coisa mais importante…”, elas estavam CONVOCADAS para dar a sua contribuição. Talvez nisso algumas comunidades se caracterizam pelo sucesso em suas atividades e, por isso, sejam tão elogiadas e respeitadas.

É crucial que o voluntariado seja realizado de forma consciente, responsável e ética, para que gere um impacto positivo real nas causas e comunidades que se pretende ajudar.

Aqui estão algumas razões pelas quais o voluntariado deve ser feito com seriedade:

Para garantir a qualidade do serviço prestado: ao se dedicar com responsabilidade, o voluntário contribui para que as atividades sejam realizadas com qualidade e eficiência, gerando um impacto real e duradouro na causa apoiada.

Para respeitar as pessoas e comunidades beneficiadas: O voluntariado deve ser feito com empatia, respeito e atenção às necessidades reais da comunidade ou causa. É fundamental que o voluntário esteja disposto a aprender, escutar e colaborar de forma autêntica.

Para manter a credibilidade do voluntariado: Quando feito de forma leviana ou irresponsável, o voluntariado pode prejudicar a imagem da prática e dificultar o trabalho de outras pessoas que se dedicam a ajudar o próximo.

Lembre-se: O voluntariado é uma oportunidade valiosa para contribuir para o bem-estar social, mas deve ser encarado com seriedade e compromisso. Ao se dedicar de forma responsável, você estará fazendo a diferença na vida de outras pessoas e no mundo.

Para te ajudar a fazer um voluntariado de qualidade, aqui vão algumas dicas:
-Escolha uma causa que te motive e com a qual você se identifique.
-Pesquise sobre as organizações que atuam na área e escolha uma que seja confiável e séria.
-Converse com a organização para entender as suas necessidades e como você pode contribuir.
-Ofereça seu tempo e habilidades de forma realista e comprometida.
-Esteja disposto a aprender e a se desenvolver.
-Seja paciente e persistente.
-Lembre-se que o voluntariado é um trabalho em equipe.
-Compartilhe sua experiência e motive outras pessoas a se voluntariarem.

Ao seguir essas dicas, você estará no caminho certo para fazer um voluntariado transformador e significativo!

*Nelson e Véra Fukuyama são os responsáveis por ampla ação social que já vem sendo desenvolvida há anos.